Friday, May 25, 2012

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."


Clarice Lispector


Sunday, March 25, 2012

Desculpa por amar demais? Acho que não...

Então esses dias eu li na internet, alguém que dizia assim: “eu te amo virou bom dia!”, isso foi uma reclamação. Tipo, a pessoa não estava feliz por a frase eu te amo ter ficado tão corriqueira quanto uma saudação matinal.

Ora bolas, que coisa mais maravilhosa isso! Imagina se fosse cada vez mais comum as pessoas dizerem eu te amo uma para as outras livres de todo o preconceito e a carga de responsabilidade que essa frase impõe?

Seria divino poder AMAR mais sem limites, sem barreiras semânticas, e lingüísticas.

Por medo da precipitação pessoas passam anos não dizendo o que sentem a ninguém, passam anos no vácuo da vida, na sombra de um será, de um talvez, e quando finalmente se dão conta de que poderiam ter feito diferente, muitas vezes já é tarde demais.

Eu te amo SIM! Eu amo meus amigos, eu amo minha família, eu amo muito meu filho, eu amo meu gato, meu cachorro, eu amo ate mesmo meu professor de desenho geométrico! E fica tão difícil viver com esse amor imenso, intenso e verdadeiro dentro de mim, que, logo, preciso externalizar, preciso verbalizar isso. Eu, assim como Cazuza, preciso dizer que te amo... tanto!

Mas fique calmo (a) eu não estou pedindo sua mao em casamento, eu não estou traindo minha relação, não estou fingindo para conseguir benefícios, não estou articulando um plano mirabolante, eu não estou trocando minha vida pela sua... NÃO, eu apenas estou dizendo o que sinto e talvez o que para voce seja tão difícil de compreender é como eu tenho tanta coragem para fazê-lo. Na verdade o nome disso é urgência, o nome disso é vontade de ter e dar felicidade!




Wednesday, November 16, 2011

a Setima Arte

http://filmereflexos.blogspot.com/http://filmereflexos.blogspot.com/

Blog da primeira turma da Oficina de Cinema da Casa de Cultura Mario Quintana.
Estou enveredando os caminhos da Setima Arte, acho que era isso o que me falatava!
Confere, e curte la.
Abraco,
G.

Friday, November 12, 2010

A Gata e a Borralheira

Todos nos somos no mínimo mais de uma pessoa. A pessoa que somos para nos mesmos e a pessoa que somos para os outros. Estou simplificando ao máximo essa teoria, porque mesmo nessas duas categorias, existe dezenas de subdivisões…mas não entremos no mérito…

Acordei hoje com a minha primeira pessoa a qual nomeei de Borralheira, a questionar a rotina. Ela me perguntou: “Tu já reparou que eu estou sempre de escanteio, sempre nos bastidores?” Eu respondi: “ Como assim guria, tu estas sempre em alta, todo mundo comenta como tu estas bem aos 30, como tu és inteligente, criativa, apaixonada…” Antes que eu pudesse começar o rosário, ela me interrompeu e disse: “Amiga essa não sou eu, essa é a “outra”…

Pois bem ela estava coberta de razão, a “outra”, a qual resolvi nomear "Gata" é aquela que eu apresento para sociedade todo dia, a mulher que vai as compras, conversa com amigos, vai ao banco, cuida do filho, dirige, viaja, tomo um pileque as vezes, trabalha, estuda, cria, cuida das relações familiares, enfim, essa “dona ai” é a pessoa responsavel pelo RP da companhia Gerusa Bernardes S/A.

Aquela que acorda comigo todo dia não tem essa desenvoltura…Não! ela acorda descabelada, sem maquiagem no rosto, geralmente com um bafo terrível, porque ficou ate tarde tomando uns goros e fumando os últimos cigarros que tinha na carteira de Marlboro, e com toda certeza dormiu sem escovar os dentes porque estava podre demais.


Essa que acorda todo dia, não tem o mínimo bom humor, coitada. Melhor não falar com ela, não dirigir a palavra, antes que ela tome a primeira xícara de café, caso contrario você pode ouvir uma "pá" de xingamentos totalmente gratuitos.

Ela não é sexy, ou se veste elegantemente, não! Ela passa a maior parte do tempo de camiseta, calcinha (de algodão) e havaianas (no verão). E de camiseta, blusão, casaco, touca, luva, meia, calca de moletom (extra large), polaina (bah fodaaa, anos 80 total, mas esquenta) pantufa e se bobear protetor de orelha, no inverno… Ela não combina a cor da pantufa com o casaco, isso nao faz diferença dentro de casa. Ela não precisa arrumar o cabelo, não usa perfume, não faz as unhas, maquiagem, pra que? Banho? No inverno: "muito frio gente, eu nem suei"… No verão: "Ahhh que diferença faz um cheirinho mais “acentuado” se ninguém vai dormir comigo mesmo???"

Gente essa moça, que dorme e acorda comigo todos os dias, as vezes me horroriza…Ela não é do tipo dona de casa, não faz o gênero forno e fogão, nem diarista, sendo assim a casa esta sempre uma bagunça, mas quando vem visita, quem assume o posto é a outra, a "Gata". Ahhh, e como ela é competente! Elegante, glamurosa eu diria. Excelente anfitriã, uma graça! O jantar tem menu que vai do aperitivo ate a sobremesa, cafezinho e licor. Ela não mede esforcos para acomodar bem as visitas, deixa-los a vontade, sentindo-se em casa. Uma lady essa dai.

Quando vai dormir, a noite, depois de ter acomodado todos os convidados e organizado a bagunça da cozinha, ela da lugar a “Borralheira” que já chega fazendo cara feia e dizendo: "putaquepariu ( sim essa senhora fala palavrão pra caralho!), essa gente não tem semancol? Podiam pelo menos lavar a louca, ou não ficar perguntando se tem um travesseiro mais fofinho, que abuso!

Então ela veste o camisetao da ultima campanha eleitoral e vai dormir, depois de cortar as unhas na cama e deixar os pedaços num montinho ao lado da cômoda...(escatológico!) prometendo que no próximo dia tomara as rédeas da situação… Na manha seguinte a Gata e a Borralheira acordam juntas, olham-se nos olhos, fuzilam uma a outra, o clima é tão tenso que da para ouvir as batidas dos dois corações… Como em um duelo para decidir qual das duas vai por a cara na rua hoje, elas dão inicio a preparação... a Gata pega o secador de cabelo, a Borralheira põe a touca. A Gata pega o batom e o rimel e a Borralheira veste a calca de moletom e as pantufas…. Nesse meio tempo, numa fração de segundos bate a porta do quarto uma Senhora chamada Tolerancia, que vem acompanhada do seu amigo Bom Senso, do Equilíbrio , e do maluco do Jogo de Cintura , que vem gritando em altos brados: Já é hora de começar o dia criatura(s)!!!

Tuesday, October 12, 2010

Se eu quiser falar com Deus...

Há anos venho travando uma batalha pessoal com o meu pior inimigo (eu mesma), sobre a importância de buscar e aceitar Deus em minha vida. A maioria da vezes em que Ele me é apresentado eu costumo dizer: "agora não posso, estou ocupada, fica pra outra vez!"

Eu sou católica, não há como negar, mas isso é apenas um rotulo para aqueles que precisam de rótulos. Na verdade, eu gostava de ir a Igreja quando crianca e na adolescencia…depois fui perdendo um pouco a vontade.

Acho ritual uma coisa bonita. Gosto de pensar em cerimônias, visualiza-las. Acredito que elas tem uma importância imensuravel em nossas vidas. O batizado, o casamento, os funerais… Enfim, acredito na beleza e eternizacao de momentos através dessas praticas.

Ate ai tudo bem, é a parte “socialite” da religião. Mas e na hora do essencial? E na hora em que eu realmente quiser falar com Deus? Como se faz?

Tenho um péssimo comportamento que me faz repelir idéias que confrontam meus medos, minhas fobias sociais. Por exemplo: tenho pavor de receber elogios (principalmente em publico), porque acho que nunca os mereço, (mesmo que as vezes eu realmente mereça), e fico mais do que encabulada, fico desconcertada. Tenho pavor de ver cenas de amor, beijo e sexo em filmes e novelas porque fico com “vergonha” pelos outros. Tenho pavor de fazer exercício físico, porque acho que não consigo me “coordenar” nos aparelhos de ginástica. Tenho pavor de mar, rio, lago, piscina funda…porque não sei nadar. Tenho calafrios quando vejo bebezinhos lindos, fofos, e cheios de vida…porque simplesmente acho que deveria ter outro filho. Enfim, meus medos, minhas fobias, meus traumas, minha insegurança me repreendem, me cobram, me condenam…e talvez seja por isso que eu não consiga falar em Deus. Tenho medo de realmente encontra-lo. Não na metáfora da morte, mas aqui , agora, EM VIDA!

Tenho medo de encontra-lo , de me apaixonar por Ele (e eu realmente me apaixono fácil), de me entregar completamente, de não querer mais viver sem Ele. Tenho medo de confirmar aquilo que os outros dizem, os que já O conhecem bem, que são íntimos de Sua pessoa, que Ele realmente é tudo de bom! Que Ele realmente ajuda a segurar a barra que cada dia pesa um pouco mais, que Ele transforma as coisas, as pessoas, os pensamentos. Que Ele realmente faz milagres. Que Ele realmente esta no “meio” de nos. Enfim, medo de encontrar Alguém em quem eu possa realmente confiar, acreditar, recorrer. Medo de dizer palavras/sentenças simples como: “Fé” , “oração”, “ Vai com Deus”, “fica em Paz”, “Deus te ilumine” …

Talvez seja uma questão de atitude, perfil, estética, filosófica…sei eu! Acho que não combino com Deus. Acho que Ele não me “cai” bem. Minha postura não condiz com a das senhoras que vão a igreja aos domingos, com a das pessoas que carregam fotos de santos na carteira e penduram o rosário no espelho retrovisor do carro (embora eu tenha o rosario (bento) pendurado, santo Expedito na carteira e Padre Réus em medalhinha).

Eu não tenho “cara” de quem vai a Igreja, de quem reza, de quem cultua alguma crença… Mas desde quando o comportamento se reflete na “cara”? Vem dai, as perguntas que todoas fazem alguma vez na vida: tenho cara de quem fuma maconha? Tenho cara de gay? Tenho cara de ladrão? Tenho cara de rico? Tenho cara de psicopata? Quem vê CARA não vê coração! E por ai vai…

Enfim eu mesma me rotulei como excêntrica demais para aceitar a presença Divina. Auto suficiente demais para pedir ajuda a Ele. Jovem demais para ir a Igreja. Bonita demais para não usar vestido curto em lugares santos. Maliciosa demais para pronunciar palavras sagradas. Egoísta demais para ajudar, inteligente demais pra acreditar (cegamente), arrogante demais pra me ajoelhar. Segura demais pra me benzer.

Eu fiz isso comigo mesma, e creio que, se de agora em diante eu quiser falar com Deus, eu vou ter que me arrepender…

…Mas há os que digam que Ele no seu infinito amor, a tudo e todos perdoa. Quem sabe Ele esta lendo esse texto e me achando uma tola. Quem sabe Ele na sua imensuravel compaixão esta apenas esperando eu acabar de digitar a ultima linha para, depois, me pegar pela mão e me mostrar o quão simples é conhecer, conviver e aceitar um novo Amigo.

Thursday, October 7, 2010

Leia com moderação! Viva com intensidade!

Há tempos preciso escrever este texto. Hoje, entre espiadas no Facebook e e-mails, entre ligações telefônicas, no meio da bagunça que esta minha atual “casa” entre um ir e vir de um país pro outro, entre a hora do almoço que tenho com meu filho, entre uma consulta aqui e ali no dentista, entre tarefas domesticas e algumas fotografias, entre tudo isso tirei o tempo de que precisava para expressar/constatar esta análise.

Me considero uma pessoa inteligente, fora da media, portanto não medíocre. Estudei desde sempre e ainda mantenha vivo o desejo de continuar me aperfeiçoando. Desde pequena já era membro da biblioteca publica e lia em torno de 3 livros por semana. Sempre gostei de teatro, de dança, de arte em todos os níveis e aspectos.

Nunca fui elitista, primeiro porque não nasci em familia abastada e segundo porque não fui criada sob os valores do capitalismo, da supervalorizarão do dinheiro em detrimento das relações pessoais e desenvolvimento sócio-intelectual. Cursei escola publica desde que me conheço por gente e cheguei ao nível “superior”. Mas que superioridade é essa?

Tudo isso, todo esse acesso à cultura, à educação, à informação de qualidade, aos valores morais, não fez de mim alguém preconceituosa. Li os melhores livros de arte pra saber que nem tudo ali esta de acordo com meu pensamento e com a realidade social contemporânea. Às vezes, um bom folhetim de interior tem mais a acrescentar do que um Nietzsche. Às vezes um samba rock traz mais emoção do que um clássico de Bach. Às vezes discutir futebol na padaria revela mais das pessoas do que uma palestra de sociologia aplicada.

Quero afirmar que, mesmo sendo uma pessoa inteligente não sou obtusa, bitolada, enebriada com a idéia de possuir um desenvolvimento cultural “superior“. Gosto de clássicos, do tubinho preto, do Beethoven, dos expressionistas europeus, mas nada descarta o meu gosto por um bermudao e chinelos havaianas, por country music ou por arte em grafite.

Creio que as pessoas que não abrem a mente para um pouco de tudo, ficam limitadas ao seu mundinho. E esse mundinho pode ser das coisas pequenas, das popularidades, das telenovelas, das revistas de fofocas, das comedias românticas de Hollywood, mas também pode ser o mundinho do filme cult alemão, das exposições contemporâneas num cubo branco com cacos de vidros ao chão, o mundinho literário, que teoriza a pratica das artes, da educação, da cidadania. O mundo das hipóteses e suposições, em detrimento da experimentacao.

Creio que é preciso botar a cara na rua para bater. Sair do papel e dar forma concreta à teoria, através da verbalização e da atitude. Creio também que é preciso misturar as coisas em prol de uma comunhão mais ampla, em prol da inclusão. As pessoas vivem nas suas ilhas particulares e todas estão ansiando por navegar, aportar num porto vizinho e celebrar a coletividade…mas para isso precisamos estar abertos, receptivos a novas idéias, a novos valores e a novas praticas. Mais do que isso, às vezes, precisamos refrear a soberba, consciente ou não, de que por ter lido Kafka, não podemos ter nada em comum com o vizinho que é fã de Harry Potter. Cada um tem em si um pouco, ou muito, de bom para trocar com o outro. Sejamos mais ecléticos, mais humildes, mais receptivos e, por consequência, menos sozinhos e mais FELIZES.

Leia com moderação! Viva com intensidade!


Monday, September 27, 2010

postagem pro dono do poema...

As coisas tão mais lindas

Nando Reis

Entre as coisas mais lindas que eu conheci
Só reconheci suas cores belas quando eu te vi
Entre as coisas bem-vindas que já recebi
Eu reconheci minhas cores nela então eu me vi


Está em cima com o céu e o luar
Hora dos dias, semanas, meses, anos, décadas
E séculos, milênios que vão passar
Água-marinha põe estrelas no mar
Praias, baías, braços, cabos, mares, golfos
E penínsulas e oceanos que não vão secar

E as coisas lindas são mais lindas
Quando você está
Onde você está
Hoje você está
Nas coisas tão mais lindas
Porque você está
Onde você está
Hoje você está
Nas coisas tão mais lindas