Criança mimada é um saco. Adolescente mimada então, pior ainda. Mas será que um adulto tambem se da à esses luxos, à esses mimos?
Estou lendo um livro que fala sobre comportamento, sociedade e transforção pessoal. Um capítulo me chamou atenção em especial em que fala sobre o comportamento da menininha mimada que quer ganhar as coisas no choro e a resposta, positiva, da mãe que não da o braço à torcer para esse capricho, sendo assim a menina cresce entendendo que para conseguir o que quer não adianta chorar.
Ocorre que, quando a gente cresce e entende, não muito, mas um pouco mais da vida do que uma criança de 5 anos, a gente às vezes tem vontade de chorar sim, às vezes a barra pesa demais, às vezes a gente se ve sozinha, perdida, impotente e, nessas horas o choro não é de birra nem de manha, é um choro de dor. O problema está quando, ao redor de outras pessoas, não conseguimos demonstrar a nossa fragilidade, não conseguimos expressar nosso sentimento, não conseguimos chorar, pedir ajuda, porque, voltamos inconscientemente à infância, e lembramos que com o choro não conseguimos nada.
Mas agora as coisas mudaram de figura, não somos mais crianças e nossos problemas não se resumem em querer um brinquedo novo. A loucura do cotidiano, a velocidade das informações, a histeria da cidade, a complexidade dos relacionamentos, tudo isso é motivo para qualquer mortal entrar em desespero.
Nessa hora a menina que sempre foi mimada leva a melhor. Ela chora, as pessoas se comovem, são solicitas na sua dor, ela está rodeada de gente querendo amenizar seu sofrimento. A menina durona tambem chora, só que pra dentro. Por fora ela estampa seu melhor sorriso, sem graça.
******
